Ilusões As Aventuras de um Messias Indeciso

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Como já disse em um post anterior, conheci Richard Bach através de Fernão Capelo Gaivota. O fascínio pela obra me fez ler Fugindo do Ninho, e agora cá estou eu falando de Ilusões, seu segundo romance.


            Em Ilusões, Richard Bach conta-nos a história de um solitário piloto de aviões, Richard, que encontra "por acaso" um outro piloto de aviões chamado Donald Shimoda. Intrigado com algumas características peculiares do novo companheiro de trabalho, aos poucos o narrador-personagem conhece e nos apresenta o mestre espiritual, o messias "aposentado" que na verdade é Donald. Aos poucos, Shimoda ensina a Richard as coisas que um Messias deve saber. Seguem-se, então, longas conversas sobre a liberdade, o futuro, o poder dos nossos pensamentos, as decisões e opções que escolhemos tomar, etc.
            Ilusões é de 1977, sete anos depois da publicação de Fernão Capelo Gaivota, seu maior sucesso. Lê-lo em pleno século XXI deixa bem claro a atemporalidade de seus ensinamentos, tão atuais aos dias de hoje. Muito se fala, por exemplo, do livro e filme O Segredo, que foi amplamente difundido entre as pessoas depois de um sucesso até inesperado. Mas Richard Bach já trabalhava essas ideias 30 anos antes. Claro que seria um equívoco esquecer de todos os outros grandes mestres que já passaram por este planeta e também falaram disso, mas como o assunto é Ilusões, vou me ater ao Richard.
            As Aventuras de um Messias Indeciso é um livro simples, de rápida leitura, mas de uma profundidade ímpar. Talvez, justamente por seu tamanho (são apenas 170 páginas), sejamos erroneamente levados a lê-lo de forma muito breve, o que é errado. É o tipo de livro que temos que ler com calma, "mastigando" cada um dos capítulos, tentando extrair o máximo de suas mensagens. Alguns capítulos, por exemplo, eu li mais de duas vezes. 
            O começo do livro é um pouco devagar, principalmente pra quem não entende nada de aviões. Pra quem não sabe, Richard Bach é apaixonado por aviões, e ele deixa essa paixão bem clara em seus livros. Talvez tenha sido essa falta de conhecimento específico que tenha me feito ter um pouco de dificuldade de acompanhar as primeiras páginas, que, apesar disso, tem uma beleza própria, dado a forma que é contada, cheia de sentimento.
            Passado esse início, fui tocado pelos ensinamentos de Shimoda, e pelo espírito questionador do personagem Richard. Shimoda é cativante e intrigante, ele foge de multidões famintas por milagres e adoração, e fala e mostra-se apenas para os que o ouvem realmente, não em busca de milagres feitos por terceiros, mas em busca do conhecimento que permite a nós mesmos sermos os nossos próprios Messias. E essa é a ideia principal do livro, a de que seríamos todos Messias cujo objetivo não é salvar o mundo, mas sermos felizes, realizarmos a auto-descoberta e nos conscientizar de que as outras pessoas podem não estar interessadas em nosso conhecimento, pois cada um possui seu momento e seu caminho a trilhar.
            É um livro excelente, que ilustra muito bem algumas das questões que foram posteriormente discutidas em Fugindo do Ninho. Ficou bem claro pra mim que Bach usou as ideias desenvolvidas nesse romance pra trabalhar em Fugindo do Ninho, que é um livro mais completo (e maior).
            Enfim, vou terminar esse post com uma dica dada por Shimoda, que é basicamente aquilo que eu sempre pensei da vida: viemos a Terra por duas razões: distração/divertimento, e aprendizagem. Ou seja, devemos nos divertir e aprender com tudo! Sei que daqui a pouco a gente vai esquecer isso tudo e se estressar de novo, mas ao menos tentemos nos divertir e aprender.

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