É
difícil encontrar alguém que nunca tenha ouvido falar de Star Trek (ou Jornada nas
Estrelas, como era chamada no Brasil). Ainda assim, mais difícil ainda é
encontrar alguém da minha idade que tenha assistido a série original da década
de 60. Justamente pensando nisso, o produtor e diretor J.J. Abrams resolveu voltar às origens da franquia, buscando
ganhar, além dos já fiéis fãs da série original, justamente o público que
jamais se viu diante da saga.
Para
quem não sabe, Star Trek foi criada
em 1966, no auge da Guerra Fria e da corrida espacial. Conhecida como uma série
inovadora e criativa, discutia problemas da sociedade através de raças
alienígenas e civilizações extraterrestres. Algo que achei interessante no
filme (já que não posso falar da série, pois nunca vi um episódio sequer) foi
que os seres humanos, ao contrário do que estamos acostumados em ver em filmes
com temática similar, não são atrasados tecnologicamente. Muito pelo contrário:
além de tecnologicamente desenvolvidos, somos uma das raças que fundaram o que
o filme chama de Federação dos Planetas Unidos, um corpo governamental com o
objetivo de promover os valores da liberdade, igualdade, paz e cooperação entre
seus planetas-membros. Tudo isso deixa no ar uma certa imagem de: imagine do que do que seríamos capazes de alcançar se não estivéssemos tão
preocupados em brigar entre nós mesmos.
Falando
da história em si, o filme conta a história de James Tiberious Kirk, um jovem
rebelde inconformado com a morte de seu pai. Certo dia, recebe convite para
fazer parte da formação de novos cadetes para a Frota Estelar. Uma vez lá
conhece Spock, um alienígena da raça vulcano que optou por deixar seu planeta
porque é metade humano. Durante o treinamento, e também na primeira missão, os
dois vivenciam novas experiências provocadas por seus estilos opostos. Assim,
Spock, o racional, e Kirk, o passional, tentarão salvar a Terra de um inimigo
louco por vingança ao lado dos outros integrantes da tripulação da U.S.S.
Enterprise, a mais avançada nave espacial da época.
O
início do filme baseia-se principalmente em nos apresentar a esse universo de
exploração espacial, e seus personagens. Depois de muito bem apresentados à
quase todos os futuros tripulantes da USS Enterprise, o roteiro dá lugar a sua
trama principal e às belíssimas cenas de ação.
Com
personagens carismáticos e bem desenvolvidos, e uma ótima história, que trabalha
lado à lado com os efeitos especiais de última geração, Star Trek é uma ótima pedida. É claro, é um filme de ficção
científica, e como em todo filme do gênero, exige-se atenção à trama, caso
contrário o espectador pode se perder um pouco no desenrolar da história.
Apesar
de, como disse anteriormente, não saber nada da série original, sei que o filme
não dá margem aos lamentos nem dos fãs mais devotados. Isso porque com uma
viagem no tempo muito bem desenvolvida na história, ainda que exija um pouco de
conhecimento de Física dos mais leigos, J.J.
Abrams cria um universo paralelo que não ignora a existência do original, aclamado
pelo fãs, mas o dá liberdade para seguir com a franquia, sem medo de pisar em
cima de território já bem estabelecido. Ponto pra ele.
1 comentários:
Para mim, fã de Jornada das Estrelas desde quando a série foi lançada (assistia à série ainda na TVem preto & branco), ler o texto de Padu Aragon me trouxe recordações e me fez ficar ansioso para assistir esta nova versão da "jornada de cinco anos" em que a Enterprise audaciosamente ía onde o homem jamais esteve... Padu escreve com estilo, com paixão, estimulando a curiosidade e a vontade de conhecer os filmes sobre os quais escreve.
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