O Código Divino da Vida

quarta-feira, 17 de abril de 2013


"Até há pouco considerava-se que as características genéticas transmitidas de uma geração a outra eram imutáveis e inevitáveis. Mas estudos recentes feitos por cientistas têm mostrado que o ambiente e outros fatores externos mudam a maneira como os nossos genes funcionam. Os fatores físicos e químicos já são bem conhecidos. "A maneira como pensamos pode ativar nossos genes benéficos adormecidos e desativar os negativos. Nossos potenciais repousam latentes em nossos genes."
Dr. Murakami fala do “pensar genético”, que é viver cada dia plenamente com uma atitude positiva, evocando assim a felicidade, a alegria, a inspiração e gratidão.
Diante da complexidade do código genético, torna-se necessário admitir a existência de um poder maior no universo. O dr. Murakami chama esse poder “Algo Maior”. Ele acredita que toda a vida emana da mesma fonte – a grande origem. Todas as células têm uma forma semelhante. Portanto, a vida em qualquer forma – humana, animal, vegetal e até uma célula individual – merece ser tratada com respeito e dignidade."


       A proposta de Kazuo Murakami, autor de O Código Divino da Vida, é expor sua tese de que a maneira como pensamos pode ativar genes benéficos e desativar genes negativos. De acordo com ele, nossos potenciais repousam latentes em nossos genes.
       A ideia é muito interessante. Kazuo se propõe a explicar a lógica do pensamento positivo, que estamos cansados de saber que é verdadeira, de forma mais verossímil. Através de vários casos e relatos, ele tenta nos convencer de que a maneira que encaramos a vida e lidamos com os acontecimentos desta realmente podem ativar e desativar genes, sejam eles benéficos ou não.
       Infelizmente, acho que Murakami se distancia de seu objetivo ao longo do livro. Não que o livro seja ruim, muito longe disso. Ele expõe muito bem a sua teoria, possui bons argumentos e ilustra muito bem suas ideias. O problema aqui é que achei que ele falhou naquilo que eu mais esperava do livro: entender um pouco mais de como funciona o nosso código genético, e como fatores psicológicos conseguem realmente interferir em seu funcionamento.
       O entendimento do funcionamento do DNA é extramente complexo e, talvez por isso, as partes em que ele cita esse funcionamento em si sejam um pouco difíceis de entender pra quem não tem nenhum conhecimento prévio do assunto. Porém, são escassas essas partes durante a leitura. Na maior parte do tempo, Kazuo está relatando suas experiências de vida, sejam elas dentro de um laboratório de pesquisa, ou não.
       Durante a leitura, também temos uma aula de conhecimentos gerais. Aprendemos muito sobre o dia-a-dia de um professor acadêmico, talvez bem diferente do que a maioria das pessoas esperava. Kazuo tem muita paixão pelo que faz, e nos faz sentir um pouco dessa paixão também.
       Resumindo, o Código Divino da Vida é um bom livro. É inspirador, mas não espere encontrar uma explicação detalhada pro que ele tenta descrever. Está menos para um livro técnico e mais para um livro de auto-ajuda.

Entrelinhas

       Um trecho em particular me chamou muito a atenção. Ele resume muito bem tudo que o livro propõe, e eu partcularmente fiquei arrepiado ao lê-lo. Transcrevi o trecho abaixo, vale uma conferida: 
"Você já ouviu falar de um único pé de tomate que produzisse doze mil tomates? Plantas como essa foram expostas em 1985 na Feira de Ciências e Tecnologia da Universidade de Tsukuba. Naquela ocasião, muitos pensaram que os pés de tomate haviam sido produzidos com a utilização de biotecnologia, mas na verdade tinham sido gerados a partir de sementes de uma variedade comum que normalmente só produz vinte ou trinta tomates por pé. Se não foi biotecnologia, qual seria o segredo? (...) O agrônomo Shigeo Nozawa cogitou que a inerente capacidade de crescimento das plantas era inibida pelo fato de suas raízes crescerem dentro da terra, e decidiu cultivar suas plantas em água enriquecida com nutrientes, liberando as raizes de seu confinamento e permitindo que elas absorvessem livremente as dádivas da natureza. (...) Isso nos mostra que até mesmo os tomates tem um potencial muito além do que possamos imaginar. (...) O mesmo ocorre em relação aos seres humanos. Se removermos todos os obstáculos e criarmos um ambiente ideal, nosso potencial de tornará ilimitado. Se os tomateiros podem aumentar sua produção em mil vezes, então se torna plausível esperar que seres humanos, que possuem organismos muito mais complexos, possam desenvolver suas habilidades de maneira ainda mais incríveis."




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