Valente

terça-feira, 16 de outubro de 2012

    Gosto bastante de animações, principalmente as feitas pela Pixar. Valente, no entato, não tinha chamado muito a minha atenção. Mas o que passou despercebido por mim não escapou da atenção da minha namorada, que me chamava pra ver o filme desde a época de lançamento nos cinemas. Lembro que até chegamos a ir ao Cinemark com esse objetivo, mas por algum motivo que agora me falha a memória, acabamos não assistindo.
    Depois de todo esse tempo, acabei baixando o filme pra assistir com ela, e achei o filme melhor do que eu esperava.
    A primeira princesa da história da Pixar se chama Merida, que com seus cabelos ruivos e encaracolados prefere seu arco e flecha às obrigações da coroa. Obrigações essas impostas por sua mãe Elinor, que acredita que o futuro da filha depende de suas boas maneiras e criação adequada para uma rainha. E é esse conflito entre mãe e filha que guia o filme do começo ao fim, e é ele o responsável pelos maiores altos e baixos do filme.
    As questões levantadas no começo da animação são ótimas. Duvido alguém não se identificar com Merida logo no começo da história. Todo mundo um dia já achou que seus pais eram controladores, adultos que não ligam para nossos interesses e que usam de seus próprios métodos pessoais e inflexíveis para nos educar de acordo com o que acham ser o melhor para nós. A sacada do filme é que ele mostra também o lado dos pais, e depois de passado esse 'deja-vú' de nossa adolescencia, passamos até a entender um pouco o lado de Elinor, e quem sabe até mesmo dos nossos próprios pais.
    Merida se recusa a se casar com um dos pretendentes de cada um dos quatro clãs de sua terra. O matrimônio é necessário para manter os votos de lealdade dos clãs com a coroa, mas a princesa não se sente pronta ainda e quer poder traçar seu próprio destino, sem ligar para os tabus de seu povo. Seus atos de rebeldia, no começo, inspiram qualquer espectador, porém, com o passar do filme, começamos a nos perguntar se ela não está sendo também egoísta. Afinal, teve uma vida onde nunca faltou nada e deve tudo isso a sua posição social. A paz do reino e com isso a vida de milhares de pessoas depende de suas atitudes. Admito que até agora não consegui chegar à conclusão de qual caminho seria o mais correto a se tomar por uma pessoa que viesse a se encontrar nesse tipo de situação.
    Abandonando essa questão filosófica, o filme é bom, visualmente muito bonito, passado em alguma  região da Grã-Bretanha, claramente percebível devido ao sotaque acentuado do inglês da versão original, que não consegui identificar.
    Infelizmente, não deixa de cair em velhos clichês do gênero, como o fato de Merida conseguir quebrar todas as velhas tradições de seu povo e com isso mudar o seu próprio destino. Parece que tudo é muito simples.
    Enfim, não é o melhor filme da Pixar, mas também não deixa a desejar. Recomendo.



PS: Não pude deixar de notar a semelhança da bruxa da história com Yasubaba, do filme A Viagem de Chiriro. Diria que são irmãs, só que não.

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