Refúgio

domingo, 28 de outubro de 2012

 Eu gosto de morar em cidade grande, só que não.
Gosto de viver rodeado por pessoas, de sair e ter pra onde ir, mas também sinto falta de um pouco de sossego. Sempre que viajo e conheço cidades mais tranquilas, repletas de casas rústicas, bonitas e aconchegantes, me dá uma incrível sensação de nostalgia e paz.
Será que existe um meio termo para essa divergência de gostos?
Talvez.
Esses dias tive que ir à São Francisco. Enquanto esperava dar a hora de meu compromisso, fiquei passeando pelo bairro. Fui indo cada vez mais para dentro do lugar. Quando me dei conta, estava perdido ali dentro, rodeado de casas, lindas casas, acompanhado apenas pelos pássaros que cantavam perto de mim. E quando paravam para descansar a voz, o silêncio. Silêncio quebrado ocasionalmente só pelo som de pessoas conversando na varanda, pelo farfalhar de asas de um bem-te-vi que vinha pousar próximo de onde eu estava, ou pelo som constante do balanço harmônico das árvores, que acompanhavam a brisa numa dança quase mágica.
Quem não sonha morar num ligar assim?
Passeando por ali, uma frase não saia da minha cabeça: o paraíso é uma questão pessoal.
Sei que a insegurança ronda a mente de quem pensa em morar em São Francisco. Niterói, há tempos, não é mais a mesma. Mas como deve ser bom morar ali.

Fotos por Celia Aragon

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