Altas Aventuras

domingo, 14 de outubro de 2012

Eu me considero uma criança. Não no que diz respeito a minha maturidade.  Nesse ponto, considero minha maior prova de amadurecimento justamente o fato de nunca deixar minha criança interior ser ofuscada pelas frivialidades da vida adulta. Eu sei ser adulto quando é necessário, mas continuo tendo o mesmo encanto com a vida que eu tinha quando era pequeno e totalmente inocente.
Pra mim, o maior responsável pelo surto de infelicidade na sociedade contemporânea é justamente o excesso de esterótipos e falta de encanto com as pequenas maravilhas da vida.
Falo tudo isso porque um filme me despertou todas essas sensações dois dias atrás. Estou falando de uma das últimas e mais aclamadas obras da Pixar: Up - Altas Aventuras.
O título começa contando em poucos minutos como Carl Fredricksen e Ellie se conheceram, casaram-se e viveram juntos harmoniosamente durante décadas; tudo sem falas. Ainda crianças, os dois possuíam em comum o gosto por aventuras e o ídolo, o corajoso explorador de terras Charles Muntz. Quando jovens, o casal planejou uma longa viagem à América do Sul, mais especificamente às Cataratas do Paraíso. Mas, por força do destino, a dupla nunca pôde realizar seu maior sonho. Então Ellie falece, deixando sozinho um rabugento e introspectivo Carl. Com a morte da esposa e uma sucessão de acontecimentos que o obrigariam a deixar sua casa para viver em um asilo, Carl decide finalmente partir para a viagem sempre planejada e jamais executada. Para seu desgosto, acidentalmente leva consigo o pequeno escoteiro Russell. O veículo usado na aventura é a grande atração: a própria casa do velhinho, sustentada por milhares de balões coloridos e controlada por um sistema de roldanas e panos que resultam numa “casa voadora à vela”.
Enquanto o velho viúvo prefere pouca ou nenhuma conversa, o garoto, determinado a conseguir sua última medalha de escoteiro por favores prestados a idosos, é falante, extrovertido e hiperativo. Russell vê tudo com o entusiasmo de uma criança começando uma vida de aventuras; Carl dificilmente se desarma para o mundo, é apegado melancolicamente a um passado que não volta mais. O que une os dois personagens é um tocante sentimento de solidão. Russel demonstra uma comovente necessidade da presença do pai, enquanto Carl está obviamente preso à saudade que sente de Ellie, sua única companhia durante toda a vida. Para suavizar o clima melancólico da história, entram em cena Kevin, uma bela e gigante ave com quem Russell logo simpatiza, e o cachorro Dug, ambos responsáveis pela maior parte das cenas cômicas do longa.
Up é capaz de nos fazer repensar nossas relações com o próximo e os sentimentos que nos fecham para tantas descobertas. Independente da idade que se tenha, é possível escolher entre o entusiasmo de uma criança disposta a descobrir o mundo ou se limitar a viver recusando um mundo de novas experiências.


1 comentários:

Andressa Feijóo disse...

Que lindo, meu amor! Amei!
E amei vez esse filme com você, significou muito para mim! Te amo!

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