A Herança

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

'Somos todos primatas.' Foi assim que Pedro Bial definiu os seres humanos, durante conversa descontraída nos bastidores do programa 'Na Moral'. Disse que, se parássemos em um restaurante ou qualquer outro local público e ficássemos nos observando, veríamos claramente a verdade dessa ideia. Nossos comportamentos, nossas motivações, nossos gestos: somos todos parecidos, previsíveis e, porque não, animalescos.
Diante dessa provocação, aparecem aqueles que defendem a indiscutível superioridade intelectual e mental humana, listando tudo aquilo que nos difere de nossos parentes mais distantes. Sim, todos esses argumentos, ou quase todos, estão certos. Não é esse o ponto onde quero chegar. Vou além, lançando outra provocação: mesmo dotado de tamanha superiodade, o ser humano obedece a seus instintos mais básicos para dar seguimento a sua vida. Nossas supostas decisões racionais, todas elas, não passam de uma humanização de nossos instintos.
Nossos maiores defeitos, assim como nossas maiores qualidades, todas tem explicação na evolução. Querem exemplos?
A agressividade? Quando vivia jogado na natureza, e não em cidades ou vilas protegidas, o ser humano precisava se defender. Os que eram muito dóceis eram mais fáceis de serem mortos por inimigos mais agressivos ou animais selvagens. Nossos ancestrais 'esquentadinhos' tiveram mais facilidade de sobreviver e de nos passar essa maldita característica.
A fofoca? 'Fofocando' sobre o que se passava em outras aldeias ou com outras pessoas ou famílias, nossos ancestrais tinham mais chances de sobreviver, alertando seus companheiros sobre o que tinha mais chance de dar certo e errado.
O sexo? É muita inocência alguém dizer que a sociedade não é movido pelo sexo. O objetivo primordial da vida, passar adiante nossos genes e manter a sobrevivência da espécie, continua movendo a civilização. Até mesmo a promiscuidade e a traição são traços puramente biológicos, estratégias de sobrevivência, facilmente observados em outros animais.
Não preciso listar outros exemplos para deixar mais clara minha idéia. Somos máquinas biológicas.
Mas, se essa ideia é verdadeira, onde entra o ser humano nessa história, o que, de fato, pode nos diferenciar dos outros animais?
Para mim, é nossa capacidade de pensar nossos atos.
Mas não vejo isso sendo aplicado. É possível vencer nossos impulsos biológicos em favor de uma evolução consciente da mente?
Pra mim, essa é a grande questão da vida. Não há mais espaço para crenças na sociedade contemporânea. A verdade já está disponíivel para todos. Quem consegue abandonar o campo da vida instintiva, previsível e comum? Poucos. Pelo menos que eu saiba.




1 comentários:

Andressa Feijóo disse...

Uaaau amor! Adorei! Um texto gostoso de ler. Muito interessante! Adorei as explicação baseadas nos nossos ancestrais, realmente o que você disse tem muita lógica.
Quanto as crenças na sociedade contemporânea, de fato que a verdade está aí, mas nem todos querem enxergar, o homem tem essa necessidade de "esperança" para conseguir viver, no meio do "caos" que é o mundo, sem se corromper. E, claro, que os "poderosos" não querem destruir as crenças justamente pq é um meio de manipulação da massa.

Beijos

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