O Livro da Selva

segunda-feira, 11 de junho de 2012

A primeira vez que ouvi falar de Mowgli foi assistindo o filme de mesmo nome da Disney. Na época nem se passava na minha cabeça que Mowgli, assim como a grande maioria das grandes animações da Disney, são adaptações de livros.
'O Livro da Selva', obra que inspirou a animação, assim como diversos outros filmes e séries na televisão, é bem diferente do que eu esperava. Para começar, a obra não narra a história do menino Mowgli. Trata-se, na verdade, de uma coletânea de contos, nem todos sobre o garoto.
Seu autor, Rudyard Kipling, é um célebre escritor britânico, conhecido por suas poesias, romances e contos. Nascido em 1865, em Bombaim, Índia, então sob o domínio imperialista inglês, o autor cresceu aprendendo os costumes ingleses e indianos, já que vivia em um contexto que lhe dava experiências de ambas as culturas. Kipling soube captar aquilo que via em seu dia-a-dia através daquele olhar que valorizava o exótico e a novidade vinda dos territórios imperiais da Coroa.
Há um magnetismo que permeia cada descrição do autor, cada característica física e cada atributo dos personagens apresentados. Este magnetismo se deve ao fato do autor não se ater apenas aos aspectos externos, mas sim ir revelando tanto a força física quanto a alma de cada criatura da selva. Mowgli, o homem natural criado sob a lei da natureza por uma matilha de lobos; Bagheera, a pantera negra e de músculos ágeis; Kaa, a velhíssima e sábia serpente; e Balou, o urso que ensinava a lei da selva como um guru a ensinar os aprendizes.
Com enredos simples, mas amarrados, e personagens carismáticos com personalidades muito humanas, Kipling consegue fazer transparecer aquele ambiente exótico e cheio de mistérios que é o território indiano para os que viviam na Inglaterra. O autor nos coloca frente as vias naturais de vida, de coexistência, do início e do fim de todos nós.
É de fato uma obra a ser colocada em espaço especial nas nossas mentes, uma profunda reflexão acerca de nossa condição social, humana e animal.
Dos sete contos contos, três narram as aventuras de Mowgli.
Um conto em especial, 'A Foca Branca', me chamou a atenção. Questões como até onde podemos ir pelo bem dos outros, e o fato de que muitas vezes nada podemos fazer quando aquele a quem queremos ajudar não quer ser ajudado, são muito bem ilustradas.
Após alguns dias de leitura, fiquei com gostinho de quero mais. Pena que a continuação, o 'O Segundo Livro da Selva' não tem tradução direta para o português daqui. Mas, diante do que achei do primeiro livro, acho que vou me arriscar na edição portuguesa.

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